JOÃO CAMPEIRO A VOZ SERTANEJA DE SÃO MANUEL
Quem
visita a cidade de São Manuel tem em mente e já ouviu falar que é a terra de
Tonico e Tinoco, no entanto, o município que muito contribuiu com gente de
qualidade em todas as áreas também contribuiu na área sertaneja, não! São
Manuel não é a terra somente de Tonico e Tinoco, embora estes são expoentes do
mundo no que tange à música sertaneja brasileira, mais devemos aqui relevar
homenagens a João Campeiro que em sua época era tão importante e famoso quanto.
João
Batista Moglia (João Campeiro) nasceu em São Manuel em 24 de junho de 1941,
ganhou de seu pai Gaudino, aproximadamente aos 9 anos, seu primeiro instrumento
que foi um cavaquinho e logo aprendeu a tocar, a música já estava no sangue.
Nesta época ele já cantava com seu irmão Lucio Moglia.
João
Moglia iniciou sua carreira formando dupla com Zé Trigueiro. A dupla era
chamada de “Zé Trigueiro e João Batista e ficou conhecida pela música “Volta
por Cima” (1964), musica esta que era de autoria de João sendo gravada no ano
de 1964, tal canção ganhou o troféu Chapéu de Palha. Posterior a isso a dupla
se separou João Moglia passou a cantar solitário e procurando um parceiro para
a formação de nova dupla, quis o destino que na sede da UASP num ensaio de roda
de violeiros fossem colocados frente a frente João Moglia e Garcia, ambos
chegaram à conclusão que poderiam formar uma dupla. Assim na década de 60 nasceu a dupla Garcia e
João Campeiro.
Esta
foi na sua época uma dupla vencedora que fazia muito sucesso e gravaram vários
discos, deixou a carreira em 1972, seu filho José Moglia em seu Blog “José Moglia Gospel” faz está ressalva: “Sem dúvida nenhuma a dupla formada com
o Garcia foi uma das maiores sensações dessa época de ouro da música sertaneja
Brasileira, são a referência para muitas duplas raízes até os dias de hoje,
embora não seja tão citado como Tião Carreiro e Pardinho, pois saiu de cena
(deixou de gravar e cantar profissionalmente em 1972), mas eram seus amigos e
nem por isso deixou de cantar, pois em casa tínhamos o prazer de ouvi-lo todos
os dias, e como era bom vê-lo usar o maior dom que recebeu de Deus, o dom de
cantar e compor, sinto saudades dessa época maravilhosa (...)” João Campeiro enfrentava nesta época
uma grave doença onde ficou Cego e Surdo. O blog Recanto Caipira no texto
elaborado por Sandra Cristina Peripato descreve os últimos
momentos de João Campeiro:
“A conversão ao Evangelho, Deus mudou a história do então famoso João Campeiro, em seus últimos dias de vida se converteu, e gravou com seu filho José Moglia uma música da Shirley Carvalhais, "Árvore da cruz" (que foi gravada em 12 de julho de 1992), e após essa gravação na mesma semana ele perdeu sua voz. ”
“A conversão ao Evangelho, Deus mudou a história do então famoso João Campeiro, em seus últimos dias de vida se converteu, e gravou com seu filho José Moglia uma música da Shirley Carvalhais, "Árvore da cruz" (que foi gravada em 12 de julho de 1992), e após essa gravação na mesma semana ele perdeu sua voz. ”
João Campeiro faleceu em 26 de outubro de 1992, a
voz do poeta se calou. São Manuel tem esta dívida em homenagear seu filho que
há muito levou o nome de nossa cidade nos rincões do Brasil. Certamente é uma
dívida que nosso município deve a este que foi um dos grandes da nossa música
sertaneja de raiz.
Não podemos mais tratar estes grandes homens com a
pequenez do esquecimento.
Seu filho José Móglia descreve em seu blog, sua
trajetória e a importância deste homem para a música brasileira uma carta in memoriam, emocionada:
“São Paulo, 26 de outubro de 2013.
Carta à João Campeiro, pai, marido,
trabalhador, músico, cantor e amigo!! (In Memoriam - 24/06/41 à
26/10/1992).
Sei que não podes lê-la agora, mas na
eternidade vou poder vê-lo e dizer pessoalmente o quanto o amamos em vida, e
como foi bom tê-lo como o sacerdote e cabeça de nosso lar, sem dúvidas
tivemos um grande homem que viveu entre nós.
Pai querido e amado, minha alegria é
escrever sabendo que estás com Cristo, vivo e certamente nos aguardando, digo a
ressurreição dos mortos, quando Deus nos dará o privilégio de termos um corpo
ressurreto, restaurado e glorioso, e aí vou vê-lo e nos alegraremos porque
nossos nomes estão escritos no livro da vida (nós que cremos e aceitamos Jesus
Cristo como salvador de nossas almas) e breve chegará o tempo em que estaremos
para sempre com o Senhor!
Em quanto isso, como não lembrar depois
de 21 anos de alguém tão especial?
Um ser humano criado à imagem e
semelhança de Deus, o ser mais especial de Deus, único, desenhado pelo dedo
divino, porém como todo homem que veio após Adão, somos pecadores, sujeitos aos
pecados e a termos erros e acertos, sonhos e esperanças, dificuldades e
bênçãos, mas graças a Deus que nos cercou com sua eterna e bondosa graça em
Cristo Jesus que nos amou e nos escolheu desde a eternidade. Certamente é algo
bom relembrar de cenas e momentos especiais vividos em família, quantas noites
nós (filhos), juntos com a tia Iracema (in memoriam), tio Milton, vô Gaudêncio
(in memoriam), tio Lúcio (in memoriam), e os nossos queridos primos sentávamos
todas as noites e proseávamos, e até altas horas ríamos e falávamos da família
em geral, do passado, de histórias do interior vividas por vocês, e dos
momentos em que o senhor era sucesso no Brasil, de quando cantou o “pagode de
Brasília” no palanque onde Juscelino Kubitschek discursava em
Brasília e como sacudiu Brasília com a música sertaneja raiz, onde brasileiros
cheios de sonhos e esperanças o ouviam sobre suas expectativas ao Brasil, ou
mesmo quando a tia Iracema falava de quando se apresentou no circo da Vila
Brasilândia e simplesmente não tinha lugar, pois todos queriam te prestigiar e
vê-lo, desse disco “Vencendo Sempre”, a onde a música “Arrependida”
tornou-se um clássico pelo mundo a fora, e o “pagode dos treze” que
foi uma música engraçada e um sucesso mesmo
diante de um número que para muitos era considerado azarado, e também de suas viagens por todo Brasil, e de quando ia e voltava sem documentos, sem os ternos (isso aconteceu várias vezes), mas de todas suas aventuras pelo Brasil e fora em outros países da América do Sul, também lembro (dos relatos contados por tia Iracema, minha mãe e por você “João Campeiro”) do saudoso programa “Festa na Roça” a onde se apresentava em todos os domingos e inclusive a música “Chaves do Apartamento” do disco arrependida que era uma febre, ao chegar no palco as pessoas pegavam suas chaves e balançavam, pena que os arquivos da rede Record (TV Tupi) se perderam num incêndio, puxa como faz falta essas fotos e gravações que se foram!.
diante de um número que para muitos era considerado azarado, e também de suas viagens por todo Brasil, e de quando ia e voltava sem documentos, sem os ternos (isso aconteceu várias vezes), mas de todas suas aventuras pelo Brasil e fora em outros países da América do Sul, também lembro (dos relatos contados por tia Iracema, minha mãe e por você “João Campeiro”) do saudoso programa “Festa na Roça” a onde se apresentava em todos os domingos e inclusive a música “Chaves do Apartamento” do disco arrependida que era uma febre, ao chegar no palco as pessoas pegavam suas chaves e balançavam, pena que os arquivos da rede Record (TV Tupi) se perderam num incêndio, puxa como faz falta essas fotos e gravações que se foram!.
Bons tempos em que Garcia e João
Campeiro eram o ponto alto da rádio Tupi, programa que ia ao ar todas as manhãs
em São Paulo, às 7 horas, cantavam ao vivo, algo inédito na época (no Brasil),
saudades de nossos papos em que falava que muitas duplas chegavam a gravar a
mesma música por de 20 vezes, e como vocês tinham facilidade e que sempre na
primeira passada já gravavam, e de como mencionava que muitas duplas eram tão
boas e capazes, porém que não tiveram a mesma sorte que vocês,
e como tinha uma consideração muito grande pelos amigos, mesmo
depois de muitos cantores famosos que não saiam de casa terem desaparecido, mas
mesmo assim nunca guardou mágoas. Saudades daqueles momentos em que minha mãe
relatava que ensaiavam em casa e o vô “Careca” o Sr. José Amâncio (recebi meu
primeiro nome em honra ao
meu avô por parte de mãe) vinha em casa só para vê-los, pois gostava demais dos ensaios, Como queria poder assistir e vê-los cantar e encantar, mas em fim ficaram saudades dos momentos “em casa” quando pegava a caixinha de fósforo e fazia um ritmo de pagode, e quando cantava como se estivesse num palco, com tanta emoção e perspicácia que tocava quem o ouvia de longe. Contudo o que mais me marcou foi sua humildade, simplicidade, o ser digno, trabalhador, responsável e por amar minha mãe. Graças a Deus pelo amor que nos deu durante o tempo que tivemos a possibilidade de viver contigo, Pai, João Batista, conhecido como João Campeiro, mesmo depois de 21 anos após seu falecimento, minha impressão é a de que foi ontem que conversávamos e te via cantar música sertaneja raiz, que o ouvia rindo, pois era muito brincalhão, e nunca me esquecerei de que me chamava de “Zé Capitão”, apelido carinhoso que usava ao se referir a mim, só posso concluir dizendo que também foi linda a história de amor onde minha mãe (Maria Helena) “fugiu” de casa para viver ao seu lado lindos 28 anos, e sem dúvida nenhuma essa mulher guerreira nunca deixou de cuidar de todos nós, minha mãe amada é uma grande mulher, simples, humilde e transformada pela graça de Deus. Puxa que família extraordinária, não somos perfeitos, mas algo que aprendi com essas pessoas sensacionais, é que vale a pena o amor, os valores que recebi, as alegrias vividas, isso mesmo não sendo ricos ou não tendo glamour ou fama, mas ser feliz por saber o real valor de uma família digna (pai, mãe, avô, tio, irmãos e irmãs e outros parentes maravilhosos) (...)”.
meu avô por parte de mãe) vinha em casa só para vê-los, pois gostava demais dos ensaios, Como queria poder assistir e vê-los cantar e encantar, mas em fim ficaram saudades dos momentos “em casa” quando pegava a caixinha de fósforo e fazia um ritmo de pagode, e quando cantava como se estivesse num palco, com tanta emoção e perspicácia que tocava quem o ouvia de longe. Contudo o que mais me marcou foi sua humildade, simplicidade, o ser digno, trabalhador, responsável e por amar minha mãe. Graças a Deus pelo amor que nos deu durante o tempo que tivemos a possibilidade de viver contigo, Pai, João Batista, conhecido como João Campeiro, mesmo depois de 21 anos após seu falecimento, minha impressão é a de que foi ontem que conversávamos e te via cantar música sertaneja raiz, que o ouvia rindo, pois era muito brincalhão, e nunca me esquecerei de que me chamava de “Zé Capitão”, apelido carinhoso que usava ao se referir a mim, só posso concluir dizendo que também foi linda a história de amor onde minha mãe (Maria Helena) “fugiu” de casa para viver ao seu lado lindos 28 anos, e sem dúvida nenhuma essa mulher guerreira nunca deixou de cuidar de todos nós, minha mãe amada é uma grande mulher, simples, humilde e transformada pela graça de Deus. Puxa que família extraordinária, não somos perfeitos, mas algo que aprendi com essas pessoas sensacionais, é que vale a pena o amor, os valores que recebi, as alegrias vividas, isso mesmo não sendo ricos ou não tendo glamour ou fama, mas ser feliz por saber o real valor de uma família digna (pai, mãe, avô, tio, irmãos e irmãs e outros parentes maravilhosos) (...)”.
Fonte de pesquisa
- https://www.recantocaipira.com.br/duplas/garcia_joao_campeiro/garcia_joao_campeiro.html
DISCOGRAFIA
VÍDEOS
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